Tem vezes que acabamos participando de histórias que nos envolvem, mesmo que não queiramos ela nos busca e com elas aprendemos os ensinamentos que a vida vai nos trazendo, não importa como ela acontece, mas onde encontramos a presença de Deus sempre haverá uma lição de amor, seja qual for seu personagem.
Eu era comerciante na Região Norte de São Paulo, era uma pequena padaria que me dava o conforto que precisava na vida, mas também sempre gostei de observar as pessoas e as suas peculiaridades, pois sempre tive uma queda para escrever.
Um dia apareceu um cachorro em minha padaria e começou a fazer graça para mim e meus clientes, o cachorrinho era uma figura, acabei dando um pãozinho, ele pegou numa felicidade e saiu correndo.
Depois as suas visitas eram constantes e sempre cativava pela sua felicidade e sempre era a mesma coisa, o que eu dava para ele, levava embora, sem se quer comer um pedaço.
Um dia fiquei muito curioso para saber para onde ele ia com o pedaço de pão e o que fazia.
Como sempre no dia seguinte ele apareceu e eu dei o costumeiro pãozinho com presunto para ele, só que desta vez o segui pelas ruas, vi quando o pequeno Albi, assim eu o chamava, entrando por uma abertura em uma tela, continuei seguindo, e para meu espanto ele para diante uma barraca improvisada, solta o pão da boca e late três vezes, da barraca sai um homem que pega o pãozinho e divide em dois, um pedaço dá ao Albi e a outra ele mesmo come. Naquele instante não consegui segurar minhas lágrimas que insistiam a cair.
A partir daquele dia mandei dois pãezinhos numa sacola, e Albi saiu com ela na boca e parecia muito mais contente do que qualquer dia.
Os dias se passaram, e já fazia dias que o pequeno cachorro não aparecia, e eu precisava saber o que aconteceu, fui até aquela barraca e conversei com o homem que compartilhava toda manhã o pão com o cãozinho.
Segundo o homem, eles estavam catando papelão na rua, quando foram abordados por alguns adolescentes, estavam bebados e armados com pedaços de pau, e vieram para cima de mim, o cachorro avançou e se colcou na minha frente, com isso consegui fugir e parei uma viatura, mas infelizmente tinha perdido o seu melhor amigo, que calado o escutava, que dividia um pãozinho toda manhã com ele, e que ele não sabia o porquê, mas incrivelmente começou a vir dois pãezinhos numa sacola, e sempre pedia a Deus que iluminasse a pessoa que fazia isso.
Quando ele terminou eu tinha os olhos marejados em lágrimas, e percebi o valor da gratidão e de uma verdadeira amizade, mesmo que viesse de um cachorrinho que agora admiro cada vez mais.
Alexandre Brussolo (21/07/2011)
Um comentário:
LI ESTA LINDA HISTÓRIA ATRAVÉS DE EMAIL, NOSSA É APAIXONANTE, AS LÁGRIMAS ESCORRERAM COMO AGORA AO LÊ-LA DE NOVO ESCORREM, SAUDADES DE LER TEUS TEXTOS, ENTÃO VIM ATRÁS, BEIJOS LUCONI
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